Uma barragem da Vale se rompeu, nesta sexta-feira (25), na comunidade Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte.
Pelo que se sabe até agora, o rompimento “é um grave acidente” e a região está mobilizada, com o fechamento do comércio.
Rejeitos misturados com lama continuam jorrando e atingem plantações. Veículos foram arrastados e helicópteros do Corpo de Bombeiros fazem uma varredura, com sobrevoo baixo, em busca de possíveis vítimas.
Em entrevista exclusiva à BandNews FM, o vice-prefeito de Brumadinho, Leônidas Maciel, disse ter recebido informações de pessoas que estão no local confirmando que existem mortos Segundo ele, vários lugares foram atingidos e inundados, mas as consequências ainda estão sendo analisadas.
O Corpo de Bombeiros ainda não tem informações de vítimas. O dono de um restaurante próximo à barragem que se rompeu em Brumadinho, Minas Gerais, diz que a população está ilhada.
Segundo Joaquim Mendes, a ponte que dá acesso ao centro da cidade, que passa sobre o Rio Paraopeba, está fechada.
A orientação que eles receberam das autoridades é para que a população deixe as suas casas e siga para locais mais altos. Algumas pessoas, no entanto, dizem que não vão sair de casa alegando que quando uma enchente atingiu a cidade a região não foi afetada.
Não há como estimar as proporções do que ocorreu. Segundo informações da Vale, a barragem Córrego do Feijão tem capacidade para 1 milhão de metros cúbicos. Em comparação com a barragem de Fundão, em Mariana, são 62 milhões de metros cúbicos.
Pelas redes sociais, moradores registram o desastre. Em uma das imagens, é possível ver a lama invadindo a cidade.
A Vale reconheceu o rompimento e disse que ativou seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens. A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade. Os rejeitos podem ter atingido a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco.
O Ministério Público de Minas Gerais desloco uma equipe do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais para verificar a situação em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte. Os promotores estão em contato com autoridades ambientais do estado para avaliar a extensão dos danos causados pelo rompimento de barragem de mineração.
O Ministério do Desenvolvimento Regional monitora a situação desde que foram informados sobre o cenário. O secretário nacional de proteção e defesa civil, Coronel Alexandre Lucas, e o diretor do centro de monitoramento de desastres naturais, Armin Braun, estão a caminho do local.
Inhotim
O Instituto Inhotim está sendo esvaziado neste momento por recomendação das autoridades.
O maior museu a céu aberto do mundo está localizado na cidade afetada, a cerca de 2km da área de mineração.
Corpo de Bombeiros
Veja o antes e o depois do local atingido:
Antes e depois da área atingida (Foto: Igor Estrela/Arte G1)
HÁ 17 MINUTOS
Rio Paraopeba
A Prefeitura de Brumadinho emitiu um alerta, por meio das redes sociais, para a população manter distância do Rio Paraopeba. O comunicado não explica, porém, quais são os perigos.
Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Há cerca de 200 desaparecidos após o rompimento de barragem de rejeitos de mineração da mina de Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), na tarde desta sexta-feira, informou em nota o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.
A companhia, maior produtora global de minério de ferro, informou que os rejeitos de minério de ferro atingiram parte da comunidade da Vila Ferteco e a área administrativa da companhia.
No momento do colapso da estrutura, havia empregados na área administrativa, que foi atingida pelos rejeitos, "indicando a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas", segundo a empresa.
Segundo nota do governo de Minas Gerais, duas vítimas do desabamento da barragem, mulheres de 15 e 22 anos, foram socorridas e estão em condição estável e consciente.
Já o Unidade de Pronto Atendimento em Sarzedo, município vizinho de Brumadinho, informou que até o momento recebeu oito feridos, mas não deu detalhes sobre a gravidade.
(Por Marta Nogueira)
Mariana
Em 2015, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, deixou 19 mortos.
O local era administrado pela Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton.
Essa foi a maior tragédia ambiental da história do Brasil.